Vereadores de Ibiúna realizam Audiência Pública da Saúde

A Câmara Municipal de Ibiúna realizou, no último dia 28, uma Audiência Pública sobre saúde. Durante a reunião, os vereadores pediram um melhor aproveitamento dos recursos gastos com saúde no município. Só primeiro semestre deste ano, foram gastos quase R$ 13 milhões no setor, ou seja, mais de 30% do orçamento geral da prefeitura. O presidente da Comissão de Saúde e Assistência Social, Jamil Marcicano (DEM) solicitou a administração municipal, um relatório detalhado sobre os gastos.

De acordo com balancete apresentado pelo secretário Municipal de Finanças, Agenor Pereira de Camargo, deste total de R$ 13 milhões, 81% teve que ser bancado com a arrecadação do próprio município, sendo que os Governos Federal e o Estadual repassaram menos de R$ 2 milhões para o setor.

Segundo Agenor, os R$ 13 milhões foram gastos da seguinte maneira: R$ 7.698.998,30 com folha de pagamento dos funcionários; R$ 1 milhão com medicamentos; R$ 566.799,12 com transporte de pacientes para hemodiálise; R$ 643.261,09 com médicos contratados; R$ 504 mil com a contratação de dois ônibus para o transporte de pacientes a hospitais de São Paulo e Sorocaba (valor referente aos 12 meses de contrato); R$ 756 mil com limpeza e conservação do Hospital Municipal (valor também referente aos 12 meses de contrato); R$ 168 mil com material de consumo; R$ 126 mil com água, luz e telefone; R$ 57 mil com materiais hospitalares; R$ 240 mil com exames laboratoriais; R$ 312 mil com materiais para construção (reforma dos postos de saúde); R$ 311 mil com combustíveis; e R$ 221 mil com despesas diversas.

Redução de gastos

O vereador Jair Marmelo (PC do B) contestou os valores gastos no setor neste primeiro semestre de 2010. “Estamos com a maternidade fechada, hospital sem internação e ainda gastando mais de R$ 2 milhões por mês. Temos que verificar alguns contratos, cortar gastos e resolver este problema. É um absurdo investir tanto dinheiro na saúde e o atendimento continuar precário”, protestou Jair.

Jamil Marcicano (DEM) também disse que precisa ser revisto o gasto com limpeza do hospital, que supera os R$ 62 mil por mês. “Até o transporte de pacientes nos ônibus está em um preço justo. Mas a conta com a limpeza do hospital é muito alta. Precisamos rever este contrato. Quanto aos gastos com combustíveis e transportes contratados também está com custo muito elevado, sendo necessária alguma maneira de reduzir tais valores”, exigiu o vereador.

O secretário Municipal de Saúde, Sergio de Matos Oliveira, rebateu explicado que, mesmo com o hospital parcialmente fechado, é necessário pagar os médicos concursados, uma vez que não é possível demiti-los. “Os gastos estão sendo praticamente os mesmos e o repasse do Estado quase que zerado. Por isso estamos com dificuldades. Também está incluso nestes valores, as despesas com o Posto Central, Centro de Reabilitação, toda rede básica e a reforma dos postos de saúde da zona rural. Mesmo assim, ainda estamos investindo na construção da nova maternidade. Ainda há de se levar em conta, que alguns itens já estão contratados até o final do ano, o que reduz o gasto mensal do setor”, explicou Sérgio.

Ele ressaltou que está em tramitação a Contratação de uma Organização Social para administrar o hospital, o que reduzirá os custos e melhorará significativamente o atendimento. “Todos aqui sabem que a situação em que pegamos a saúde era realmente alarmante, sendo até motivo de piada em rede nacional. Não foi fácil reestruturarmos o setor. Gostaria de contar com a colaboração de todos para inaugurarmos a maternidade e gradativamente ir melhorando os demais setores do nosso sistema de saúde”, pediu o secretário.

A audiência contou ainda com a presença do presidente do Conselho Municipal de Saúde Marco Antônio da Luz; do secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano, César Augusto de Oliveira e dos vereadores Pedrão da Água (PTB) e Charles Guimarães (PRB).