Câmara de Ibiúna realiza audiência para discutir o orçamento 2011

por Marcos Pires de Camargo última modificação 05/12/2019 17h28
Câmara de Ibiúna realiza audiência para discutir o orçamento 2011

Vereadores questionaram a divisão do orçamento para 2011

A Câmara Municipal de Ibiúna realizou, na última quinta-feira (14), uma audiência pública para discutir o Orçamento do município para 2011, que foi estimado em R$ 87,9 milhões. A reunião, presidida pelo vereador Claudinho do Rosarial (PDT), contou com a presença da maioria dos secretários municipais, além de representantes da imprensa, ex-vereadores e a população.
A audiência serviu para que todos discutissem a divisão dos recursos proposta pela prefeitura e realizar possíveis mudanças em algumas dotações. Após a reunião, os vereadores têm dez dias para apresentar possíveis emendas modificativas, ou seja, tirar recursos de um setor para enviar a outro que achar mais necessário.
Um dos temas mais debatidos durante a reunião foi o baixo investimentos em setores importantes da economia local, como Agricultura, Turismo e Indústria e Comércio, que juntos irão ficar com apenas R$ 1 milhão, ou seja, menos de 2% do orçamento.
De acordo com Claudinho, que é o atual presidente da Comissão de Finanças e Orçamento, é preciso urgentemente aumentar a arrecadação do município. “A prefeitura precisa montar uma força tarefa para encontrar uma maneira de conseguir mais recursos. Uma das formas seria reformular a Planta Genérica do município, algo que já pedi logo no início do mandato. Com isso, casas de luxo, que atualmente pagam quase o mesmo valor de IPTU que residências populares pagariam mais. Também podemos incentivar a transferência de veículos para o município e outras iniciativas. Só assim conseguiremos um orçamento mais justo e com condições de trabalho em todos os setores, pois, atualmente, todo secretariado está trabalhando no limite”, sugeriu o vereador.
O Professor Eduardo (PT) foi outro que defendeu o aumento da arrecadação e elogiou a iniciativa de Claudinho. “Realmente seria uma solução reformular esta Planta Genérica. Outra providência a ser tomada é a reformulação da Lei de Incentivo Fiscal para instalação de indústrias no município. Precisamos dar melhores condições e isenções para que outras empresas se instalem em Ibiúna o mais breve possível, haja vista que há cidades que oferecem muito mais benefícios, se tornando mais atraentes aos empresários. Em fim, procurar formas criativas de aumentar a Receita. Só assim conseguiremos investir em setores que estão abandonados”, ressaltou Eduardo.
Sem emendas
Jamil Marcicano (DEM) fez uma análise e disse que, infelizmente, não cabe nenhuma emenda no orçamento, pois o mesmo já é muito enxuto. “Por Lei é preciso gastar 25% com Educação e 15% na saúde, mas sabemos que atualmente investe-se quase 30% no setor, folha de pagamento consome mais 40%. Só nestas três áreas já se vão 87% do orçamento. Não sobra quase nada para as outras pastas, haja vista que precisa ainda pagar transporte, limpeza urbana, iluminação pública, enfim, se não aumentarmos os recursos, não há onde mexer mais em nada. Cabe a cada um pegar o que tem e fazer o máximo que puder”, lamentou Jamil.
Já o vereador Jair Marmelo (PC do B) reclamou que os investimentos na Secretária de Governo, que é responsável pela manutenção das estradas municipais estão muito abaixo do necessário. “Esse valor não dá nem para comprar pedra para colocar nas estradas. Pode ter certeza que irei entrar com uma emenda para aumentar os recursos. Se no ano passado, que foram destinados mais de R$ 2 milhões para o setor, já faltou cascalho, máquinas ficaram sem manutenção e outras dificuldades, imagina com menos dinheiro. Não sei quem fez os estudos, mas tenho a certeza que foi muito mal feito o cálculo para esta pasta”, protestou Jair.
Enxugar gastos
O secretário Municipal de Rendas Internas, Marcelo Mori Munhoz, ressaltou que a prefeitura está investindo na informatização de diversas áreas, principalmente na saúde, para que alguns gastos desnecessários sejam evitados. “No hospital, com os computadores será feito um controle mais rigoroso dos medicamentos e insumos, além da alimentação dos dados enviados ao Estado, o que garantirá um repasse maior. Na questão do transporte de hemodiálise também estamos estudando uma solução para baixar os gastos, que são absurdos. Tudo vai resultar em despesas mais enxutas, sem prejudicar o atendimento a população”, garantiu Marcelo.